quarta-feira, 23 de abril de 2014

Jorge Batista

Jorge defendeu o Marinheiro de 1961 a 1966

Nascido em Joinville em 23 de abril de 1936, Jorge Batista foi um dos maiores goleiros da história do Clube Náutico Marcílio Dias, clube que defendeu entre 1961 e 1966. Na meta rubro anil, Jorge conquistou os títulos da Liga Itajaiense de Desportos (LID) em 1961, 1962 e 1963, além do Campeonato Catarinense de 1963 (Torneio Luiza Mello). Nesta competição, atuou em todos os 18 jogos que levaram o Marinheiro ao seu único título estadual, de acordo com o livro “Torneio Luiza Mello – Marcílio Dias Campeão Catarinense de 1963”.

Jorge, Antoninho e Ivo Meyer

Antes de chegar ao Marcílio, o goleiro teve passagens por Carlos Renaux, Operário de Joinville, São Luiz e América. No início de 1961, foi negociado com o Cimenport, time da fábrica de cimentos localizada no bairro Salseiros, em Itajaí, mas pouco tempo depois foi transferido ao Marcílio. “Minha ida para Cimenport foi um trampolim para jogar no Marcílio”, lembra Jorge, acrescentando que parte de seu passe foi paga com cimento, uma vez que na época o América estava construindo a arquibancada de concreto de seu estádio.

Jorge exibe placa do Torneio Luiza Mello e faixa de campeão citadino

Depois se sua gloriosa passagem pelo Marinheiro, Jorge defendeu outros clubes catarinenses, como Comerciário (atual Criciúma), Palmeiras de Blumenau e Juventus de Rio do Sul. Encerrou a carreira no Paysandú de Brusque, em 1976, aos 40 anos. Jorge é membro de uma família de com tradição no futebol, sendo primo do também goleiro Jairo (ex-Fluminense, Corinthians, Coritiba e Seleção Brasileira) e do volante Badeco (ex-Corinthians, América do Rio e Portuguesa). Aposentou-se como estivador no porto de Itajaí e atualmente reside em Blumenau.

Jorge no lançamento do livro sobre o titulo estadual do Marcílio Dias

No dia 23 de fevereiro de 2014, quando do lançamento do livro “Torneio Luiza Mello – Marcílio Dias Campeão Catarinense de 1963”, Jorge teve uma prova do carinho que cultivou na torcida marcilista ao ser assediado por torcedores de várias gerações, os mais velhos emocionados por rever o antigo ídolo e os mais novos empolgados por conhecer pessoalmente o lendário goleiro.



Nome: Jorge Batista
Nascimento: 23 de abril de 1936, em Joinville (SC)
Período no Marcílio Dias: 1961 a 1966

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CIP campeão catarinense de 1938

Em 16 de abril de 1939, o CIP derrotou o Atlético de São Francisco do Sul na finalíssima do Campeonato Catarinense daquele ano por 2 a 0, gols de Couceira e Nanga, e conquistou o título estadual. Foi o segundo título estadual vencido por uma equipe de Itajaí - o primeiro foi o do Lauro Müller, em 1931. O Marcílio Dias repetiria a façanha ao conquistar o Torneio Luiza Mello, homologado como campeonato estadual de 1963. Para celebrar o feito histórico do CIP, o Baú do Marcílio reproduz post originalmente publicado no blog "Almanque do Futebol do Vale", mantido pelo pesquisador Adalberto Klüser.


Em 1937, por iniciativa da diretoria do Companhia Itajaiense de Phosphoros Futebol Clube (CIP FC), foi criada em Itajaí a Associação Sportiva Vale do Itajai (ASVI).

Na década de 1940, por força de Lei Federal, a entidade alterou a denominação para Liga Esportiva Vale do Itajaí (LEVI).

Os fundadores e participantes do primeiro campeonato foram Amazonas, Blumenauense e Recreativo Brasil (Blumenau), Brusquense e Paysandu (Brusque), CIP FC, Marcílio Dias e Lauro Müller (Itajaí).

O primeiro campeonato foi realizado em 1938 e teve o CIP como campeão. A conquista garantiu a presença no campeonato estadual, disputado somente no ano seguinte.

A  equipe tinha excelentes atletas e depois de eliminar o favorito Avai, em Florianópolis, decidiu o título contra o Atlético de São Francisco do Sul. A vitória por 2 a 0 garantiu o segundo título estadual de um time itajaiense (o primeiro foi o Lauro Muller em 1931).

A campanha do time itajaiense no estadual:
5/2/1939 - CIP 4 x 0 Avaí (Florianópolis)
5/3/1939 - Avaí 3 x 2 CIP FC
12/3/1939 - Avaí 2 x 3 CIP FC

Decisão
16/4/1939 - CIP FC 2 x 0 Atlético São Francisco

O time base, campeão do Vale do Itajaí e Estadual era Geninho, Lico, Humaitá, Fateco, Humberto, Souto, Vitório, Couceira, Pavan, Nanga e Armando.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Edir Alves


Edir Alves no Marinheiro. É o quarto jogador em pé, da esquerda para a 
direita, entre seu companheiro de zaga Antoninho Cera e o goleiro Zé Carlos.

Todo mundo sabe que Pelé iniciou a carreira no interior de São Paulo, precisamente na equipe juvenil do Bauru Atlético Clube, o Baquinho. O que pouca gente sabe, porém, é que além do menino que viria a se tornar o Rei do Futebol, aquele time também tinha um volante alto, forte, que jogava com raça e ao mesmo tempo com classe. E que fez história no futebol de Itajaí, onde reside até hoje.


Edir Alves tem muita história para contar. Filho de Crizanto Alves, jogador do Noroeste de Bauru, Edir nasceu naquela cidade em 9 de abril de 1939. Depois de passar pelo juvenil do Baquinho, foi para o Noroeste, onde conquistou uma vaga no time titular aos 17 anos e não tardou para despertar o interesse de grandes equipes.


Nos anos 1960, Edir resolveu provar a sorte no Sul do país. Jogou no Londrina e depois no Coritiba, ambos do Paraná. Mas o seu destino estava traçado com Santa Catarina. Certo dia, dirigentes do Marcílio Dias visitaram o Coxa em busca de reforços para o Marinheiro. "Eles precisavam de um zagueiro. Eu não era zagueiro, era volante, mas o então treinador do Coritiba disse que eu jogava em qualquer posição e o Marcílio Dias me contratou", recorda.


Era o ano de 1964. Edir Alves chegou a Itajaí e logo se transformou num ídolo da torcida marcilista, graças ao seu bom futebol e ao seu bom caráter, que não foi abalado nem quando trocou o Marcílio pelo seu maior rival, o Clube Náutico Almirante Barroso. Edir explica como aconteceu. "Era a semana do início do campeonato e eu estava me preparando com meus companheiros do Marcílio. Depois do treino, fui procurado por um homem. Ele disse que o diretor do Barroso, seu Hélio Caldas, queria falar comigo". 


Edir conta que, mesmo ressabiado, foi ao encontro do cartola do clube rival, num restaurante onde hoje funciona o hotel Caiçaras. "Seu Hélio Caldas me fez uma proposta irrecusável. No princípio não acreditei que ele pagaria o que prometeu, mas ele colocou o dinheiro vivo em cima da mesa". Edir não teve outra opção. "Conversei com os diretores do Marcílio e eles entenderam, pois não tinham como cobrir aquela oferta e eu era um profissional", diz. "O curioso é que treinei a semana toda com o Marcílio e no domingo joguei pelo Barroso".

Mesmo tendo deixado o Marinheiro para jogar pelo rival, Edir continuou sendo respeitado pela torcida rubro-anil, sentimento conservado até os dias de hoje. "As pessoas me paravam na rua, mas eu explicava e elas compreendiam. Afinal, sabiam que eu era um profissional. Nunca tive nenhum problema com a torcida, seja no Marcílio ou no Barroso".


No Almirante Barroso, Edir Alves jogou dois anos (1965 e 1966), antes de ir para o Palmeiras de Blumenau e encerrar a sua carreira profissional no Flamengo de Caxias do Sul (RS), o atual Caxias. Depois de pendurar as chuteiras, Edir Alves continuou jogando futebol nas peladas da cidade. Só parou neste ano, por culpa do joelho. "Levei uma pancada forte no joelho direito e ele começou a doer sempre que eu jogava, por isso resolvi parar de brincar. Afinal, já tenho 66 anos". Por outro lado, ele não quis mais saber de se envolver profissionalmente com o esporte. Teve uma rápida experiência como treinador do Barroso, ainda em 1970, mas depois não se interessou em seguir a carreira de técnico.




Nome: Edir Alves
Nascimento: 09/04/1939, em Bauru (SP)
Posição: Zagueiro
Período no Marcílio Dias: 1964 a 1965